quarta-feira, 13 de julho de 2011

A escolha é você quem faz!


"As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras para melhorar os olhos."

(Rubem Alves)

Sobre os olhares...

Créditos da imagem: CandyPrincess4_DeviantArt

"E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei as pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida."

(Rita Apoena)
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Ele vive dizendo que prefiro olhar pras pilastras do que pra ele...não é verdade!
Sou, apenas, tímida demais pra reconhecer que seu olhar me desconserta. :)

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Ai, ai...
Só suspirando...

segunda-feira, 16 de maio de 2011


"[...]E aí? quais são seus planos?
Eu até que tenho vários.
Se me acompanhar, no caminho eu posso te contar.
E mesmo assim, queria te perguntar,
Se você tem ai contigo alguma coisa pra me dar,
Se tem espaço de sobra no seu coração.
Quer levar minha bagagem ou não?"

sábado, 23 de abril de 2011

Apesar do medo...

Créditos da imagem: jump_by_aStRaLiLiTu

Estou prestes a pular.
Se tenho medo?! É claro que sim!
Mas tenho a coragem necessária para pular, apesar do medo.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Só por esta noite...

É tarde da noite e ele recusa-se a dormir. Pensa nela. Sonha com ela. Ela que nem sabe dele. Ele que mal sabe dela. Lembrar alivia a sua angústia de não tê-la, de não sabê-la, de não senti-la. Embora ele tente costurar retalhos de imagens, de fatos e de palavras proferidas por ela, as linhas de suas vidas não pertencem ao mesmo bordado. Vive este amor platonicamente. Sente-o visceralmente. Seu amor por ela prende-o a uma realidade paralela. Que para ela não existe. Para ele, pára ele. É tarde da noite. Ele recusa-se a dormir. Pensa nela. Sonha com ela. Esta noite ele quer seguir assim. Deliciosamente. Silenciosamente. Nem que seja, só! Por esta noite.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ah, essas pequenas felicidades...

Créditos da imagem: by_Ange_L_ove_DeviantArt

"Uma das mais saborosas sensações de liberdade que eu conheço é flagrar meu coração feliz sem precisar de nenhum motivo aparente. De vez em quando, a mente, que tantas vezes mente, me permite lembrar que essa felicidade essencial está o tempo todo disponível, preservada, por trás das nuvens que a negatividade infla.

Rio e me sinto mar."

(Ana Jácomo)

domingo, 2 de janeiro de 2011

TransFORMAÇÃO...



"Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata.
Quem tenta ajudar o broto a sair da semente o destrói.
Há certas coisas que têm de acontecer de dentro para fora."

(Rubem Alves em "Sobre o tempo e a Eternidade)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A menina e o reino das palavras...

      
       Ela era franzina, usava um par de óculos verdes e sapatinhos vermelhos. Costumava sair todas as manhãs para brincar no jardim, mas hoje sua rotina iria ser diferente. Em seu quarto de bonecas finalizava os últimos preparativos para o início de sua brincadeira. Seu destino mudou quando ela atravessou a porta de seu quarto em direção ao jardim. Não ouviu o barulho da água e o costumeiro pedido do seu pai por uma toalha. Não escutou o barulho da chaleira da cozinha avisando que o café estava pronto. Só conseguiu ouvir vozes confusas, gritos e muita barulheira vinda do quarto de seus pais. Eles brigavam. O motivo de todo aquele alvoroço ela não sabia. Assustada, resolveu descer as escadas e percorrer o caminho que a levava até a casa de sua avó. Do outro lado da rua. No meio do caminho esbarrou com um grupo de crianças que jogavam futebol na rua e só olhou para trás quando dois deles a xingaram. Antes de chegar à casa de sua avó, ainda conseguiu perceber as lágrimas que caíam do rosto de uma mulher. Acabara de saber que o marido a trocara por uma mulher mais jovem.
       Chegando a seu destino, a menina entrou apressada porta adentro. Com a respiração ofegante, sentiu o perfume e o calor aconchegante de sua avó e recostou-se em seu colo. Ficou ali por alguns minutos. Queria sentir-se protegida, afagada. Não entendia porque as pessoas ficavam tão tristes a ponto de brigar. Porque se desentendiam? Não era mais fácil desculpar-se e voltar tudo a ser como era antes?! – pensava a menina. Lembrou-se também das crianças sem carinho, sem casa e sem comida que via quando dobrava as esquinas. Algo estava fora do lugar. O silêncio da sala de sua avó só foi interrompido por uma pergunta:
       - Vó, de que são feitos os sentimentos?
       - Não sei minha pequena.
       - Será de papel, Vó?
      - Que idéia mais maluca, menina! Sentimentos são sentimentos. Não são feitos de material algum. Apenas sentimos. São como o vento. Não os vemos, mas sentimos e sabemos que eles existem. De alguma forma eles existem!
       Um silêncio incômodo inundou toda a sala. 
       - Sabe Vó, às vezes eu queria poder mudar as pessoas, os sentimentos das pessoas! - refletiu a menina.
       - E quem disse que você não pode? Chegue aqui mais perto, vou te contar uma história.       
       E acariciando o cabelo da menina a avó lhe contou uma história muito antiga. Sobre travesseiros, penas e palavras: Conta a lenda que, há muito tempo em um mosteiro, havia um aprendiz que fazia muitas perguntas e falava muito. Um monge muito sábio o chamou e pediu que ele pegasse um travesseiro recheado de penas e o acompanhasse. Os dois caminharam durante algum tempo e chegaram até o topo de um monte muito alto. Após alguns minutos o monge mandou que seu discípulo rasgasse o travesseiro e lançasse as penas ao vento. O discípulo bastante intrigado perguntou ao monge qual o motivo de tudo aquilo. E ele muito tranqüilo apenas disse: lance às penas ao vento.
       Assim o discípulo fez. Após lançar todas as penas o monge o chamou e pediu que ele recolhesse todas elas e enchesse o travesseiro novamente. O discípulo confuso disse-lhe: isso não é possível! Como posso juntar todas as penas? Elas agora estão voando ao vento. Espalharam-se todas! O monge o chamou novamente e lhe disse: as palavras são como as penas do travesseiro, quando são lançadas jamais conseguimos recolhê-las. Elas tomam seu destino conforme o vento as leva. Por isso temos que ter muito cuidado quando falamos ou escrevemos alguma coisa, pois o que proferirmos jamais retornará e com certeza vai atingir o alvo a qual foi direcionada. Seja para o bem ou para o mal.
       Com os olhos brilhando, a menina envolveu a avó em um abraço apertado e, sem dar mais explicações, correu até o outro lado da rua. Acabara de ter uma ideia. As coisas finalmente iriam voltar aos seus devidos lugares. A menina encheu o peito de esperanças, subiu as escadas de sua casa o mais rápido que pôde e entrou como um cometa em seu quarto. Tão rápido que mal teve tempo de fechar a porta. Juntou todos os papéis que encontrou pelo quarto e começou a picá-los, transformando-os num montante de tirinhas de papel. Em cada uma delas escreveu sentimentos humanos, valores e emoções. Fé, bondade, alegria, generosidade, cavalheirismo, fraternidade, delicadeza, humildade, fidelidade, compaixão, confiança, contentamento, amor, coragem, resiliência. Todos os bons sentimentos foram lembrados. Todos, sem exceção! Juntou os papeizinhos picados, colocou-os em um grande travesseiro e subiu até o ponto mais alto de sua cidade. Respirou bem fundo e desejou que cada uma daquelas palavras escritas cumprissem o seu destino conforme o vento as levasse. Esperou pelo vento mais forte e sentiu a brisa acarinhar os seus cabelos. Contou até três e jogou os papéis contra o vento. Eles começaram a cair como chuva em terra seca. Delicadamente. Deliciosamente.
       A menina ficou ali a ver os pequeninos papeis perderem-se ao vento e lançou um sorriso de satisfação aos céus. Seu plano haveria de dar certo! Quem lesse suas palavras dedicaria alguns minutos para reflexão. Pensaria em seus atos e em sua postura frente a vida. As palavras espalhariam-se pela cidade e transformariam as pessoas. Os sentimentos seriam germinados e os valores multiplicados. A menina não poderia deixar de acreditar num mundo mais sensível, mais igualitário. No seu retorno para casa sentiu uma brisa por entre os seus cabelos e notou quando um papelzinho caiu em seu bolso. Tirou-o devagar e o leu em voz alta: Esperança! Com o mesmo sorriso de criança e com seus olhos de menina ela teve a certeza: a Esperança acabara de dar-lhe as boas vindas.
                                                                                       
                                                                                      (Rebeka Costa)       

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Porque o amor não tem tempo nem idade…

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Meus dias tem retratos que os olhos mais distraídos não conseguem registrar.
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Foto tirada por mim enquanto eu passeava por uma pequena vila portuguesa chamada Ponte de Lima. Este casal de idosos ficou um tempão conversando. E conversavam e riam. Cena linda de se ver! Não poderia deixar de registrar.

Sobre a amizade II…

___friendship_forever____by_pagihari

Ajuda-me saber que não estou só. Mesmo que eu não saiba por onde ir. Mesmo que eu não tenha ideia de como prosseguir. Ajuda-me saber que meus olhos não serão os únicos a ver e, nem tão pouco, os meus ouvidos os únicos a ouvir. É bom saber que o choro, se vier, será partilhado. E que as alegrias, quando chegarem, serão multiplicadas: pelos sorrisos, pelos abraços e pela delícia de ser mais que um.

(Rebeka Costa)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sobre a amizade I...



[...] Hoje, me fala de você. Dos momentos em que a vida lhe doeu tanto que você achou que não iria aguentar. Fala das músicas que compõem a sua trilha sonora. Dos poemas que você poderia ter escrito, de tanto que traduzem a sua alma. Senta perto de mim e mesmo que estejamos rodeados por buzinas, gente apressada, perigos iminentes, faz de conta que a gente está conversando no quintal de casa, descascando uma laranja, os pés descalços, sem nenhum compromisso chato à nossa espera. A gente já brincou tanto de faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente esqueceu como se chega a esse lugar de inocência? Fala da lua que você admirou outra noite dessas, no céu. Da borboleta que lhe chamou à atenção por tanta beleza, abraçada a alguma flor, como se existisse apenas aquele abraço. Diz se quando você acorda ainda ouve passarinhos, mesmo que não possa identificar de onde vem o canto. Diz se a sua mãe cantava para fazer você dormir.

[...] Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. Um amigo para se conversar com o coração.

E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.

                                                                                                                                  (Ana Jácomo)


Eu e os outros em mim...

Créditos da imagem: imaginary_friend___by_m0thyyku

Sou tantas, sou tão única. Não caibo em definições. Sou Cecílias, Clarices, Florbelas, Quintanas e Pessoas. Sou isto ou aquilo. Sou e, por vezes, não sou, esta é a questão! Amo o barulho e o silêncio. Gosto de estar só, mas não de permanecer só. Sou de sorrisos e caretas. De poucos, mas de bons amigos. Tenho os pés no chão e mantenho a cabeça nas nuvens. Alimento-me do belo e me definho sem música, livros e poesia. Sou a metamorfose da lagarta e a dualidade da borboleta. Sou o camaleão e suas infinitas cores. Sou reticências, nunca um ponto. Sou eu. Sou os outros em mim.

(Rebeka Costa)